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terça-feira, 23 de abril de 2024

GUERRA CIVIL (Civil War) de Alex Garland

A História: Num futuro próximo, os Estados Unidos vivem uma guerra civil que coloca os americanos uns contra os outros. Uma pequena equipa de jornalistas parte de Nova Iorque rumo a Washington, onde esperam conseguir entrevistar o Presidente antes da queda da Casa Branca.

O Elenco: Kirsten Dunst (a moça está envelhecida), Wagner Moura, Stephen McKinley Henderson e a jovem Cailee Spaeny, formam o quarteto que acompanhamos de coração nas mãos. Mas é Dunst quem mais brilha como a repórter veterana que já viu demasiada morte na sua vida.

O Filme: Para mim este drama de guerra é o melhor filme de Alex Garland. Ele faz algo brilhante, nunca nos revela qual o lado bom e o lado mau da guerra. Usando imagens fortes, por vezes chocantes, mas nunca gratuitas, dá-nos um retrato assustador, visto sempre pelo lado humano e nunca se esquecendo de pequenos apontamentos de humor. Numa das cenas, um soldado é interrogado se tem ideia de que lado está a pessoa contra quem ele está a disparar, se já pensou que podem estar do mesmo lado... Um filme angustiante!

Vale a Pena Ver? Um filme que não podia ser mais actual; que nos mostra uma terrível realidade de que podemos não estar muito longe. Importante ver!

Classificação: 8 (de 1 a 10)




BACK TO BLACK de Sam Taylor-Johnson

A História: Biografia de Amy Winehouse, desde os seus tempos de adolescência até à sua morte. O sucesso, a dependência do álcool e drogas, a sua paixão tóxica por Blake e a sua relação com a sua avó.

O Elenco: Marisa Abela entrega-se de alma e coração à sua Amy Winehouse e surpreende, não só uma excelente interpretação, mas também com a sua grande voz; sim, é ela que canta, não está dobrada pela própria Winehouse. A seu lado Jack O’Connell está fantástico como o apaixonante e tóxico Blake. A grande Lesley Manville trás classe à personagem da avó e Eddie Marsan vai bem com o pai que ama a sua filha cegamente.

O Filme: Acreditem ou não, a verdade é que Amy Winehouse passou-me completamente ao lado; achava que era mais uma cantora rock da pesada e nem lhe dei uma hipótese... não podia estar mais enganado! No meio do caos que foi a vida de Winehouse, a realizadora Sam Taylor-Johnson consegue filmar a sua vida com dignidade, nunca caindo na caricatura e dando-nos o retrato de uma artista fantástica que se perdeu na vida, mas que nunca será esquecida.

Vale a Pena Ver? Mesmo que não sejam fãs de Amy Winehouse (eu não era) recomendo este drama com muita música e um excelente elenco.

Classificação: 7 (de 1 a 10)




terça-feira, 9 de abril de 2024

AVÓ (Juniper) de Matthew J. Saville

A História: Sam é um jovem perdido e revoltado, que perdeu a mãe recentemente e cujo pai é muito ausente. Um dia a sua avó alcoólica e de mau feitio, vai passar uns tempos à sua casa e entre os dois cria-se uma interessante relação.

O Elenco: Charlotte Rampling é uma daquelas actrizes que sabe envelhecer e continua a ser brilhante; aqui dá-nos outra grande interpretação e tem uma química muito engraçada e real com o jovem George Ferrier

O Filme: Velhice e adolescência são dois problemas que aqui entram em conflito, e apesar do ritmo lento, captam a nossa atenção num desenrolar dramático, sempre pontuado com humor. O final não é nenhuma surpresa, mas as emoções dos personagens são verdadeiras e o realizador Matthew J. Saville consegue evitar os lugares comuns a este tipo de filmes.

Vale a Pena Ver? Charlotte Rampling merece sempre uma visita e o filme evita as “lamechices” a que a história se prestava.

Classificação: 6 (de 1 a 10)




HOMEM MACACO (Monkey Man) de Dev Patel

A História: Kid (Dev Patel) procura vingar-se daqueles que fizeram mal à sua família e aos pobres do país. A coisa corre mal à primeira, mas depois de um retiro espiritual, ele volta e ganha mais confiança para proceder à sua vingança.

O Elenco: Dev Patel é um bom actor, com provas dadas em vários filmes, mas aqui é uma pobre imitação de Keanu Reeves como John Wick e não me convenceu como vingador, apenas com duas expressões faciais: medo e raiva. O pior é que a culpa é só dele, pois dirige-se a ele próprio.

O Filme: Diria que isto é um projecto de vaidade para Dev Patel que, para além de interpretar o papel principal, faz a sua estreia na realização de longas-metragens, sendo o responsável pela história e é um dos seus produtores. A tentativa de fazer um JOHN WICK à indiana não resulta, pois falta a forte componente visual dessa série e aqui as cenas de porrada são gratuitas e sem graça. A tentativa de dar um lado espiritual à coisa perde-se no meio da violência. Não gostei.

Vale a Pena Ver? Perfeito para quem gosta de porrada, mais porrada, Dev Patel, porrada, mais porrada, Dev Patel...

Classificação: 3 (de 1 a 10)




O GÉNIO DO MAL: O INÍCIO (The First Omen) de Arkasha Stevenson

A História: Uma jovem noviça vai para um convento em Roma, sem saber que a igreja está a planear o nascimento do anticristo, na esperança que assim consigam ganhar mais seguidores para a sua religião, e que ela tem um papel importante nos seus planos.

O Elenco: Nell Tiger Free convence como a jovem noviça e está bem secundada por Sonia Braga, Bill Nighy, Ralph Ineson. Mas não há nenhuma interpretação digna de nota alta.

O Filme: Apesar de previsível, a história é interessante e prestava-se a ser uma boa prequela ao original, mas a ausência de suspense, o facto das mortes serem praticamente cópias das do filme original e a má montagem não ajudam. Algumas cenas arrastam-se sem necessidade, sem tensão e o final era dispensável. Acima de tudo, falta-lhe o sentido de sobrenatural do GÉNIO DO MAL (The Omen).

Vale a Pena Ver? É preferível verem o original de 1976 e as suas duas sequelas, mas o filme até que está a ser bem recebido, portanto o defeito deve ser meu.

Classificação: 5 (de 1 a 10)

sábado, 6 de abril de 2024

FESTA DO CINEMA ITALIANO 2024: OS CARTAZES

A 17ª Edição da FESTA DO CINEMA ITALIANO começa dia 12 de Abril no Cinema São Jorge em Lisboa, onde ficará até dia 21 de Abril com sessões também nos UCI Cinemas do Corte Inglês, Cinemateca Portuguesa, Cine-Teatro Turim (em Benfica), Cinema Fernando Lopes e Casa do Comum.

A FESTA também terá sessões no Alverca, Barreiro, Penafiel, Aveiro, Setúbal, Coimbra, Funchal, Abrantes, Sardoal, Almada, Figueira da Foz, Lagos, Évora, Beja, Loulé, Leiria, Porto e Oeiras.

Para mais informações visitem o site do Festival: https://festadocinemaitaliano.com/












segunda-feira, 1 de abril de 2024

UMA VIDA SINGULAR (One Life) de James Hawes

A História: Antes do início da 2ª Guerra Mundial, Nicky Wintom, um jovem corretor inglês, consegue resgatar mais de 600 crianças de uma Checoslováquia invadida pelos Nazis.

O Elenco: Como sempre, Anthony Hopkins dá-nos uma interpretação brilhante e, neste caso, comovente. A seu lado, Helena Bonham Carter está óptima como a sua mãe.

O Filme: Depois de uma carreira na televisão, o realizador James Hawes estreia-se aqui no cinema e sim, o filme tem uma estrutura televisiva, mas isso em nada tira o impacto da história que conta. É bom saber que existiram (quero acreditar que ainda existem) pessoas como NIcky Winton e a sua história comoveu-me até às lágrimas, na realidade estive com um nó na garganta praticamente o filme todo.

Vale a Pena Ver? Não conhecia esta história, mas acho que é de visão obrigatória nos tempos que correm, em que parece que a História se repete e que as nossas liberdades/vidas estão em perigo.

Classificação: 7 (de 1 a 10)




GODZILLA x KONG: O NOVO IMPÉRIO (Godzilla x Kong: O Novo Império) de Adam Wingard

A História: King Kong e Godzilla veêm-se obrigados a lutar lado a lado contra a terrível ameaça que é o Skar King, outro macaco gigante.

O Elenco: Felizmente os actores não levam os seus papéis muito a sério, mas são secundários perante os monstros/criaturas que povoam e muito bem este filme. O mau da fita. Skar King, é um dos melhores vilões que tenho visto nos últimos tempos.

O Filme: Confesso que não ia à espera de grande coisa e fiquei agradavelmente surpreendido. O realizador Adam Wingard, que não me tinha convencido com o seu GODZILLA VS. KONG, consegue a proeza de nos dar uma boa sequela, onde o espírito da aventura e do fantástico estão bem vivos. Sim, tal como no novo GHOSTBUSTERS, é tudo digital e o vilão quer congelar o planeta (deve ser a nova moda), mas aqui não me chateou o CGI.

Vale a Pena Ver? Quem goste de monstros, de certeza que vai encontrar aqui muito que lhe agrade e são cerca de duas horas de pura diversão.

Classificação: 7 (de 1 a 10)




CAÇA-FANTASMAS: O IMPÉRIO DO GELO (Ghostbusters: Frozen Empire) de Gil Kenan

A História: A descoberta de um artefacto muito, muito, muito antigo, liberta um ser terrível que quer congelar o planeta e libertar todos os fantasmas que estão aprisionados pelos Caça-Fantasmas. Claro que os Ghostbusters, os novos e os velhos, vão enfrentar esta terrível ameaça.

O Elenco: Tendo em conta que pouco é pedido a todos os actores, diria que servem os seus personagens de forma profissional, mas infelizmente sem grande graça.

O Filme: O título anterior conseguiu revitalizar o universo dos Ghostbusters com graça e imaginação, mas este novo capítulo é decepcionante e usa e abusa do CGI. O mau da fita até que tinha potencial, mas é tão digital que até chateia.  

Vale a Pena Ver? Se são fãs da série, provavelmente vão achar graça, se o não são também não é com este filme que o vão passar a ser.

Classificação: 3 (de 1 a 10)




IMACULADA (Immaculate) de Michael Mohan

A História: Cecilia é uma jovem noviça que vai para um convento no interior de Itália. Aí, apesar de ser imaculadamente virgem, fica grávida e todos acreditam que ela vai dar à luz ao novo Salvador.

O Elenco: Sydney Sweeney revela-se uma verdadeira “scream queen” e é com gozo que aceita os banhos de sangue de que é alvo, ao mesmo tempo que conquista a nossa simpatia.

O Filme: Adequado para a época festiva que atravessámos, é um bom exemplo de terror religioso, realizado com talento e graça (mas não é comédia) por Michael Mohan, que não foge do exagero do “gore” e que nos prende até ao inesquecível clímax.

Vale a Pena Ver? Imperdível para fãs do terror, é possível que seja muito forte para o restante público, mas recomendo!

Classificação: 7 (de 1 a 10)





quarta-feira, 27 de março de 2024

AS MATINÉS DO MEDO - PARTE 5: A LENDA DA CASA ASSOMBRADA (The Legendo of Hell House) de John Hough

A LENDA DA CASA ASSOMBRADA (The Legend of Hell House) de John Hough – ING/1974

Elenco: Pamela Franklin, Roddy McDowall, Clive Revill, Gayle Hunnicutt, Roland Culver, Peter Bowles, Michael Gough • Argumento: Richard Matheson • Produção: Fox / Susan Hart & James H. Nicholson • Realizador: John Hough

Na matiné do dia 09.SET.1977 vi o último filme deste ciclo de terror do Palácio Foz (onde voltaria para ver mais filmes, entre eles um ciclo do Roman Polanski) e este foi o melhor dos cinco títulos, os outros foram QUE DEMÓNIOS SE OCULTAM NA ESCURIDÃO (Who Slew Auntie Roo)COBRAS VENENOSAS (Sssssss)LUA VERMELHA (Asylum / House of Crazies) e O ABOMINÁVEL DR. PHIBES (The Abominable Dr Phibes).

Descobri o fabuloso cartaz deste filme quando estreou em Lisboa, curiosamente logo a seguir ao 25 de Abril (o filme estreou no dia 26), e fiquei apaixonado pelo mesmo. Ainda hoje o considero um dos melhores do género e adoro as suas frases publicitárias: “Reza para que não seja verdade” e “O pesadelo dos pesadelos”. Claro que fiquei sempre cheio de vontade de o ver e consegui essa proeza nessa tarde de Setembro.

Baseado na novela de Richard Matheson (responsável pelo argumento), conta-nos a história de um pequeno grupo constituído por dois médiuns, um físico e a sua esposa, que são contratados para descobrir o que se passa na Casa Belasco, uma mansão supostamente assombrada onde no passado várias pessoas morreram de forma misteriosa. Claro que depressa descobrem que existem forças sobrenaturais dentro da casa e que as suas vidas correm perigo.

Sempre tive um fraquinho por casas assombradas e, se não contar com a comédia A CASA NO PARQUE DOS PESADELOS (The House in Nightmare Park), este foi o primeiro filme desse subgénero que vi no cinema. Recordo-me de ver A CASA MALDITA (The Haunting) e A CASA QUE NÃO QUERIA MORRER (The House That Would Not Die) na televisão, mas não me lembro de foi antes ou depois de ver este.

Hoje percebo as semelhanças entre a novela “Hell House” de Richard Matheson escrita em 1971 e a novela de 1959 de Shirley Jackson “The Haunting of Hill House” (que deu origem ao já mencionado THE HAUNTING). Independentemente disso esta LENDA DA CASA ASSOMBRADA sempre teve um lugar especial no meu coração e, na altura, provocou-me muitos calafrios. O elenco era bastante convincente e havia muito suspense. Há duas cenas com Pamela Franklin que me marcaram (espero não as ter inventado na minha cabeça), numa é atacada por um gato e noutra violada por um espírito. Perto do clímax, tenho a ideia de descobrirem o corpo do responsável pela assombração.

E assim termino esta incursão pelas Matinés do Medo. Espero que tenham gostado, pois a mim deu-me imenso prazer recordar estes filmes.













segunda-feira, 25 de março de 2024

A MELODIA DO MAL (The Piper) de Erlingur Thoroddsen

A História:
 Uma famosa compositora morre ao tentar destruir uma partitura, supostamente o seu último trabalho. Uma jovem e ambiciosa flautista decide recuperar e terminar essa partitura, mas depressa descobre que ouvir/tocar a música tem consequências terríveis.

O Elenco: Julian Sands, que estranhamente parecia não envelhecer, tem aqui um dos seus últimos papéis como o exigente maestro, um bocado exagerado. No papel principal, Charlotte Hope não vai mal, mas falta-lhe qualquer coisa.

O Pior do Filme: O final era completamente dispensável e corta a atmosfera criada no clímax.

O Melhor do Filme: A música de Christopher Young, que este ano já ganhou 3 prémios, é verdadeiramente misteriosa (a palavra certa é “eerie”) e envolve-nos na sua melodia assombrada.

Veredicto Final: Para variar, temos uma história mais original do que é habitual nos recentes filmes do género. Inspirado no conto folclórico “O Flautista de Hamelin”, que ficou famoso pelas mãos dos Irmãos Grimm, o realizador/argumentista consegue criar uma atmosfera que me fez lembrar o cinema de Dario Argento, com bons momentos de tensão. Pena que o elenco não seja melhor e que a sequência final do concerto não vá mais longe, mesmo assim transmite-nos uma sensação desagradável. Podia ter sido um grande filme de terror, mas merece a atenção dos fãs do género.

Classificação: 5 (de 1 a 10)