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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

UM EDITOR DE GÉNIOS (Genius) de Michael Grandage

A História: Max Perkins é um editor de livros a trabalhar na editora Scribner, onde supervisionou trabalhos de Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald. Um dia recebe a obra do desconhecido Thomas Wolfe. Max vê algo na escrita de Wolfe e decide editá-lo, criando uma forte relação entre os dois.

Os Actores: É refrescante ver um filme onde o que mais interessa é o trabalho dos actores e nesse aspecto este filme é infalível. Os actores estão em estado de graça, dirigidos com carinho e emoção pelo olhar atento de Michael Grandage. Colin Firth é perfeito como o calmo e sensível Max, a seu lado Jude Law é um furacão como Thomas. Faz muito tempo que Law não estava tão bem e digo mesmo que a sua interpretação “maior que a vida” é das melhores de toda a sua carreira. Nicole Kidman brilha como a amante de Thomas; uma verdadeira diva ao nível das grandes actrizes da época de ouro de Hollywood. A Laura Linney, como a esposa de Max, calhou a personagem menos cativante do filme, mas ela dá-lhe dignidade e a sua presença é notada. Guy Pearce também convence como o amargurado Scott Fitzgerald. Adorava ver Jude Law e Nicole Kidman na próxima corrida aos Óscares, pois ambos merecem pelo menos serem nomeados.

O Filme: Para a sua estreia na cadeira de realizador, Michael Grandage escolheu uma interessante história verídica e transformou-a numa carta de amor ao cinema clássico de Hollywood. Tal como nessa época, o que interessa aqui são os personagens, a história e os diálogos. Não há explosões, nem perseguições, nem pretensiosismos. O excelente trabalho de fotografia de Ben Davis dá ao filme a atmosfera dos grandes clássicos; o argumento de John Logan é literário e poético, mas nunca aborrecido; e Grandage é sem dúvida um apaixonado pelos clássicos de Hollywood. Muitos são os momentos brilhantes, como a última cena de Kidman, a sequência no jazz club ou a do regresso de Wolfe aos Estados Unidos. O filme é um retrato emocional de uma época onde os génios eram maiores que a vida e que nos prende à cadeira com o simples poder da magia cinematográfica. Um dos melhores filmes que vi este ano e que aconselho a quem goste de bom cinema! 

Classificação: 8 (de 1 a 10)






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