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domingo, 10 de novembro de 2013

DESLIGADOS (Disconnect) de Henry Alex Rubin

Ben, o filho dos Boyd, é vitima de bullying através da internet e tenta suicidar-se. Cindy e Derek Hull são um casal em crise que usam a internet para preencher o vazio que sentem, mas quando um hacker lhes rouba a identidade e o dinheiro, estão dispostos a tudo para o encontrarem. Nina é uma jornalista ambiciosa que trava conhecimento com o jovem Kyle num site de sexo pago com o intuito de o entrevistar. Jason vive infeliz com o seu pai viúvo e entretém-se a provocar Ben pela internet.

Estas quatro histórias e seus personagens ganham vida pela mão segura do realizador Henry Alex Rubin. Este mantém a tensão do princípio ao fim e consegue evitar os clichés lamechas a que as histórias se proporcionam. O que ele nos dá aqui é o retrato realista da sociedade em que vivemos, onde as pessoas se sentem cada vez mais sozinhas e praticamente só comunicam através de meios digitais. É como que se a internet fosse o único local onde sentem que podem dizer o que lhe vai na alma, na esperança que do outro lado esteja alguém compreensível ou apenas um amigo. O filme é um alerta para a ingenuidade com que novos e velhos se deixam levar pelas conversas online, muitas vezes colocando as suas vidas em perigo.

A dar vida a este rico grupo de personagens temos um elenco de excepção. Não são propriamente estrelas, mas sim actores capazes de nos fazerem acreditar nos seus papéis e de criar empatia connosco. Entre eles tenho que destacar uma magnífica Andrea Riseborough como Nina, tão boa como uma mulher sofisticada como uma mulher desesperada. Como os Hull, Paula Patton e Alexander Skarsgärd conseguem transmitir-nos a sua dor e desespero. Max Thieriot é um sexualmente persuasivo Kyle. Jonah Bobo é convincente como o pobre Ben e Colin Ford vai muito bem como o “bully” com consciência Jason.


Este é um daqueles filmes que, provavelmente e infelizmente, vai passar despercebido no meio do elevado número de estreias que enchem os nossos cinemas. Para mim foi uma boa surpresa e é já um dos melhores filmes que vi este ano. Classificação: 8 (de 1 a 10)



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